sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AMEAÇAS PARA A ÁGUA


 Ameaças para a água

O forte calor dos últimos dias e a falta de chuva remetem a um tema que volta e meia vem à tona: a falta de água no planeta. O Brasil e Mato Grosso são privilegiados por deterem os maiores mananciais de águas subterrâneas. São lençóis, às vezes nem tão profundos, que percorrem quase todo o Centro-Oeste (passando por Jaciara, até Goiás e Minas), inclusive com termais. Mas a poluição desses mananciais preocupa até quem mora bem longe daqui.
Cerca de 80% da população mundial vive em áreas onde o abastecimento de água potável não é assegurado, de acordo com um estudo publicado na revista científica Nature. Os pesquisadores organizaram um índice com as "ameaças para a água" incluindo itens como escassez e poluição. Cerca de 3,4 bilhões de pessoas enfrentam as piores ameaças, segundo o estudo. Os pesquisadores dizem que o hábito ocidental de conservar água para suas populações em reservatórios funciona para as pessoas, mas não para a natureza.
Eles recomendam que países em desenvolvimento não sigam o mesmo caminho, mas sim invistam em estratégias de gerenciamento hídrico que mescle infraestrutura com opções "naturais", como bacias hidrográficas e pântanos. Os autores dizem que nas próximas décadas o panorama deve piorar, com o aumento populacional e as mudanças climáticas. Eles combinaram dados de diferentes ameaças para a confecção do índice. O resultado é um mapa que indica as ameaças ao fornecimento para a humanidade e para a biodiversidade.
O que foi mapeado foi um padrão de ameaças em todo o planeta, apesar dos trilhões de dólares gastos em engenharias paliativas, como represas, canais e aquedutos usados para assegurar o abastecimento de cidades.
No mapa das ameaças ao abastecimento, boa parte da Europa e América do Norte aparecem em condições ruins. Mas quando o impacto da infraestrutura criada para distribuir e conservar a água é adicionado, as ameaças desaparecem destas regiões, com exceção da África, que parece estar rumando para a direção oposta. Na verdade, estes investimentos beneficiam menos de um bilhão de pessoas, o que significa que excluímos a grande maioria da população mundial. Mas mesmo em países ricos esta não é a opção mais inteligente. Poderíamos continuar a construir mais represas ou explorar mais fundo o subterrâneo, mas mesmo se tivermos dinheiro para isso, não é uma saída eficiente em termos de custo.
De acordo com esta e outras pesquisas, a forma como a água é tratada no Ocidente teve um impacto significativo na natureza. Um exemplo citado é o abastecimento de água da cidade de Nova York, feito por fontes nas montanhas de Catskill. Estas águas historicamente não precisavam de filtragem até a década de 1990, quando a poluição provocada pela agricultura mudou o cenário. A solução adotada, um programa de conservação de terras, se provou mais barata do que a alternativa de construção de unidades de tratamento. A atual análise pode vir a ser contestada por conter elementos relativamente subjetivos, como por exemplo a forma como as diferentes ameaças são pesadas e combinadas.
Mas os pesquisadores a consideram uma base para futuros estudos e calculam que ela possa ser melhorada quando surgirem dados mais precisos, especialmente de regiões como a África.
Postado por FAUNA E FLORA DO BRASIL às 18:51 0 comentários

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